Plano de classificação

Associação dos Antigos Alunos do Extinto Colégio de João de DeusData de Produção Inicial:1916Data de Produção Final:1976Nível de Descrição:FundoNome do Produtor e História Administrativa/Biográfica:Nome do Produtor: Colégio de João de DeusHistória Administrativa: Fundado no Monte Estoril em janeiro de 1936, o Colégio de João de Deus nasceu essencialmente da ação de dois pedagogos, João de Deus Ramos e José Dias Valente. No início do século XX, João de Deus Ramos, filho do poeta João de Deus, criou uma rede de jardins-de-infância, prosseguindo, desta forma, a tarefa de cuidar da educação da criança portuguesa desenvolvida por seu pai. Já então imaginava a criação de um colégio organizado de forma bem diferente dos tradicionais à época, integrado no espírito do chamado Movimento da Escola Nova, que rejeitava o ensino livresco e os métodos rígidos, e centrando-se, primeiramente, nas atividades da criança. Em 1928, em parceria com João Lopes Soares e outros professores e investidores, criou o colégio Bairro Escolar do Estoril na zona do Lago, no Monte Estoril, o qual teve um início auspicioso. Contudo, divergências entre os sócios, com reflexos na orientação pedagógica do colégio, levariam João de Deus Ramos ao afastamento do projeto no final de 1935, no que foi seguido solidariamente pela quase totalidade dos professores. Estes, nomeadamente Álvaro Carvalho Vasconcelos Freire Themudo, Aníbal Ferreira Henriques, Armando Lucena, Augusto Mimoso, Henrique Augusto Perestrelo de Alarcão e Silva, José Guerreiro Cristóvão Júnior, Mário Pamplona Ramos e Rubi Marques, decidiram prosseguir o projeto, criando um novo colégio na mesma zona. Nasceria, assim, o Colégio de João de Deus, sedeado na Vila Pomares, antiga residência da marquesa de Pomares, no Monte Estoril, para onde transitaram cerca de dois terços dos alunos do Bairro Escolar do Estoril. Apesar do total apoio de João de Deus Ramos, este revelou indisponibilidade para liderar o projeto, pelo que os professores convidariam para o dirigir um anterior colega, José Dias Valente, professor do Liceu Camões e do Bairro Escolar do Estoril. José Dias Valente, que dirigiu o colégio de 1936 até ao seu encerramento, em 1970, revelar-se-ia um pedagogo adepto dos ideais do Movimento da Escola Nova, sempre acompanhado por Aníbal Ferreira Henriques, seu subdiretor e braço-direito. Cedo o novo estabelecimento de ensino conquistou o prestígio que haveria de o acompanhar ao longo da sua existência, pautado por uma inovadora ideia pedagógica de educação integral, com ambiente escolar agradável, de bom gosto e de simpatia, assente numa disciplina ativa e educativa onde se promovia a autorresponsabilização e a autonomia dos educandos. Exigente e cuidada, a prática educativa assentava numa obediência ativa de respeito ao professor, mas num apelo permanente à liberdade, fomentando um crescimento em conjunto, como se de uma comunidade quase familiar se tratasse. O Colégio, implantado numa zona privilegiada entre o campo e a baía de Cascais, funcionou nos regimes de internato familiar, semi-internato e externato, praticando até à década de 1940 a coeducação. Os alunos usufruíam de um alargado conjunto de práticas pedagógicas, de onde sobressaiam, para além de um ensino prático incluindo uma vertente laboratorial, o desporto - com destacados êxitos nos campeonatos da Mocidade Portuguesa - o jornalismo escolar, através do jornal “Nós Queremos” e o canto coral. Desde o verão de 1947, o Colégio de João de Deus incorporou a totalidade dos alunos, parte dos professores e dois edifícios do antigo Bairro Escolar do Estoril, devido ao encerramento das atividades deste colégio. As salas de aula distribuíram-se, então, pela Villa Pomares e num dos edifícios do antigo Bairro Escolar do Estoril, na Avenida do Lago, enquanto os alunos internos eram alojados nos Pensionatos da Telha Verde, na Avenida Saboia; na Villa Luísa, na Rua do Pinheiro; e no segundo edifício do antigo Bairro Escolar do Estoril. Posteriormente o Colégio veio a dispor de um ginásio na Avenida de Saboia, em edifício de sua propriedade. Não obstante o término da sua atividade, este projeto continuaria a afirmar-se como polo aglutinador de vidas e de vontades, como o atesta o almoço anual, promovido ininterruptamente desde 1970, por antigos alunos e suas famílias. O forte e firme sentido de pertença que une os seus antigos alunos conduziria à formação, em 2005, da AAAECJD - Associação dos Antigos Alunos do Extinto Colégio de João de Deus, que depositou o seu arquivo no AHMCSCHistória Custodial e Arquivística:O fundo, por ora composto unicamente pelo arquivo do Colégio de João de Deus, foi depositado pela Associação dos Antigos Alunos do Extinto
Colégio de João de Deus, na sequência de contrato estabelecido com a Câmara Municipal de Cascais, através do AHMCSC, ao abrigo do Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse Municipal (PRADIM)
Âmbito e Conteúdo:A documentação reflete a atividade do Colégio de João de Deus no domínio das suas funções definidas por estatutos. O fundo é constituído por 6 séries: Correspondência recebida (1958-1969); Correspondência expedida (1948-1976); Processos individuais de alunos (1916-1965); Cadernetas Escolares (1936-1969); Fotografias (1918-1960) e Pagamento e Saldos de mensalidades (1944-1974)Estatuto Legal:Documentação PrivadaNotas:Cota do fundo: C48. O fundo encontra-se acondicionado em 40 cx. As séries 003, 004 e 005 não vêm à consulta por indicação da própria AssociaçãoConteúdo Digital:Cópia internaCópia internaCódigo de Referência:PT/CMCSC-AHMCSC/AASS/ACJD