Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Soares, Maria Micaela Ramos TrindadeTipo de Entidade:Pessoa SingularHistória:Nascida em Vila Ruiva, freguesia do Concelho de Cuba, em 1927-09-11, completou o Curso do Ensino Primário Elementar em Évora vindo a exercer a docência, na sua terra natal, durante 5 anos. Mais tarde, desejando aprofundar os seus estudos, obteve a Licenciatura em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e ainda em Ciências Antropológicas e Etnológicas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa. Em 1954 ingressou no quadro da Junta da Província da Estremadura, onde, a par de uma longa e consistente carreira de pesquisa, estudo e divulgação da cultura e património histórico da região de Lisboa, assumiu em 1961 a direção do Boletim Cultural da Junta Distrital de Lisboa (sucessora daquela instituição) e fundou os Serviços de Cultura, cuja direção manteve até 1991, altura em que se aposentou. No âmbito das suas funções promoveu e colaborou em conferências, seminários e exposições organizadas por municípios e pelo Governo Civil do distrito de Lisboa, resultando em edições e catálogos que se tornaram referência bibliográfica no âmbito das temáticas das tradições, práticas e costumes da região de Lisboa. Autora de um vasto e diversificado conjunto de obras e artigos, foi pioneira na abordagem de novos temas e pela forma científica como os trabalhou, trazendo uma abrangente visão interdisciplinar à etnografia e antropologia, associando a estas áreas os contributos da filologia e da história através da sua investigação de tendência etnolinguística. Micaela Soares paulatinamente construiu novos conceitos e ideias sobre as origens semânticas de termos e expressões de Lisboa, patentes na literatura e no texto satírico de oitocentos, bem como explicou sabiamente o seus diferentes usos e aplicações ao longo do tempo histórico. Nos seus trabalhos sobre cultura popular portuguesa, etnografia, religião, linguagem e literatura, sobressaem os estudos inovadores e singulares sobre Lisboa, o Tejo e os seus varinos, varinas e vareiros - os homens, as mulheres e os barcos. De destacar o seu trabalho como editora do Boletim Cultural da Junta Distrital de Lisboa, através do qual trouxe à estampa centenas de artigos e estudos que enformam a história e cultura da cidade de Lisboa, divulgando patrimónios e memórias inolvidáveis da cidade. Dotada de uma particular capacidade de expressão, foi uma comunicadora inspiradora e cativante, detentora de um aguçado espírito critico, uma entusiasta da descoberta das reminiscências das culturas tradicionais na cidade, das manifestações rurais e imateriais à arquitetura e paisagem, numa diferente e pioneira visão histórico-etnográfica de usos e costumes que o tempo e o homem ora sedimenta e institui, ora perde, ignora e deixa de reconhecer como seus. Faleceu em 2022-01-18Regras e/ou Convenções:ODA, ponto 14.A2. (3ª versão, 2011)Data de Criação:2024-06-27