Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Cogan, Martha Ingham Dickie SharpTipo de Entidade:Pessoa SingularOutras Formas do Nome:Dickie, Martha InghamSharp, Martha DickieSharp, MarthaHistória:Naturalidade: Providence (EUA). Nacionalidade: norte.-americana
Martha Ingham Dickie Sharp Cogan foi uma unitarista americana que esteve envolvida no trabalho humanitário e de justiça social com o seu primeiro marido, um ministro unitarista Waitstill Sharp, tendo ajudado centenas de judeus a escapar à perseguição nazi. Martha formou-se no “Pembroke College” e, em 1926, continuaria os seus estudos na “Northwestern University Recreation Training School” na área do serviço social. Posteriormente, foi diretora e assistente social numa escola para raparigas. Casou com Waitstill Sharp em 1927, retomando os estudos para concluir um mestrado em Literatura no “Radcliffe College”. O casal mudar-se-ia para Meadville, Pensilvânia, quando Waitsill foi designado para uma pequena igreja após sua ordenação como ministro unitarista em 1933, vindo a transferir-se para Wellesley, Massachusetts, cinco anos mais tarde. Com a assinatura do Pacto de Munique, em 1938, que legitimou a anexão da região dos Sudetas (Checoslováquia) pela Alemanha, a “American Unitarian Association” (AUA) decidiu organizar uma rede internacional de resgate de refugiados, para a qual recrutaria Waitstill e Martha (Cogan) Sharp, com quem aquele havia casado em 1928. Com o apoio logístico e financeiro da AUA, os Sharp viajaram para Praga (Checoslováquia, atual Chéquia) em fevereiro de 1939 como representantes da ““Commission for Service in Czechoslovakia”, enquanto Robert Dexter, do comité executivo da AUA, se deslocou pela Europa acompanhado do representante Quaker Richard Wood com o intuito de estabelecer contatos e criar uma rede de assistência humanitária naquele continente. Contando já com uma vasta rede de voluntários e agentes, Waitstill e Martha permaneceriam em Praga até agosto de 1939, onde trabalharam em estreita colaboração com membros do “American Friends Service Committee” (Quakers) na assistência aos refugiados e imigrantes, garantindo dinheiro, bens e trabalho, enquanto avançavam com os pedidos de visto de refugiados para a Grã-Bretanha e outros países. A Gestapo acabaria por encerrar o serviço, levando os Sharp de volta aos EUA. Após a criação do “Unitarian Service Committee” (USC), o casal regressou à Europa com o intuito de continuar o seu trabalho em Paris (França), mas a ocupação do país em 1940 impediu o desenrolar do projeto. Seguiriam, assim, para Portugal, onde abririam um escritório em Lisboa, através do qual conseguiram ajudar várias centenas de crianças, académicos, cientistas e intelectuais a escapar ao nazismo e aos horrores da guerra. Entre aqueles que os Sharp ajudaram estava o romancista judeu alemão Lion Feuchtwanger. O USC colaboraria com muitos agentes e organizações, mas foi com o americano Varian Fry, do “Emergency Rescue Committee” (ERC) que a parceria seria mais eficiente: enquanto os refugiados escapavam com a ajuda do ERC, a USC concentrava os seus esforços na passagem da fronteira franco-espanhola e nos preparativos de viagem e dinheiro assim que os refugiados chegavam a Lisboa. Enquanto Waitstill passava a maior parte do tempo na capital portuguesa, Martha trabalhava num novo escritório do UCS em Marselha (França), o principal porto de evasão na França de Vichy. A sua principal missão era distribuir leite às crianças francesas e organizar o transporte infantil para os Estados Unidos, lutando obstinadamente contra as inúmeras burocracias para garantir vistos de saída, autorizações de trânsito e documentos de identidade para 29 crianças e 10 adultos. A sua rede de transportes tornar-se-ia um modelo para o “United States Committee for the Care of European Children”, fundado em junho de 1940, responsável pelo envio de várias crianças de França, Espanha e Portugal para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Em colaboração com Donald Lowrie, do YMCA Internacional, Martha prestaria assistência, também, às famílias dos soldados checos que estavam retidos em França. Em 1943, Martha fundou a organização "Children to Palestine", através da qual angariou dinheiro para que jovens judeus órfãos na Europa começassem vidas novas na Palestina. No ano seguinte, Martha regressou a Lisboa, assumindo o cargo de Diretora Associada Europeia do Comité de Serviço Unitário. Nessa qualidade, negociou com sucesso a libertação de vários refugiados espanhóis presos em Portugal. Waistill e Martha separar-se-iam em 1954, vindo Martha a casar-se com o empresário David H. Cogan em 1957, continuando a dedicar-se às causas caritativas e humanitárias. Viria a falecer em 1999, com 94 anos, na sua cidade natal. Em setembro de 2005, Martha e Waitstill Sharp foram nomeados "Justos entre as Nações” pela organização israelita “Yad Vashem”
Funções, Ocupações e Actividades:Sem indicaçãoRegras e/ou Convenções:ODA, ponto 14.B22. (3ª versão, 2011)Data de Criação:2024-03-21