Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Shercliff, Josephine Alfreda LilleyTipo de Entidade:Pessoa SingularOutras Formas do Nome:Shercliff, JoseHistória:Naturalidade: Burton upon Trent (Inglaterra). Nacionalidade: inglesa
Josephine Alfreda Lilley Shercliff, também conhecida como José Shercliff, foi uma jornalista e correspondente internacional inglesa, nascida em Burton upon Trent em 1902-11-02. Após realizar os seus primeiros estudos num colégio interno de Lincoln, obteve o bacharelado em Literatura Inglesa na Universidade de Oxford em 1924, vindo a iniciar a sua vida profissional como secretária no jornal londrino “Daily Express” onde, posteriormente, escreveu sobre moda. No início dos anos 1930 abandonaria o Reino Unido, fixando-se em Paris, onde trabalhou como secretária na “American Library” e conheceu muitos dos escritores americanos que viviam à época na cidade. Mais tarde voltaria ao jornalismo como assistente do correspondente em França do jornal norte-americano “Daily Herald”. Em 1936 rumou a Barcelona como enviada do jornal inglês “News Chronicle” às Olimpíadas Populares (ou do Povo), organizadas como protesto face à seleção de Berlim como anfitriã dos Jogos Olímpicos de Verão desse ano, vigorando já o regime nazi. No entanto, o evento não se realizou devido à eclosão da Guerra Civil Espanhola, facto que transformaria Shercliff numa correspondente de guerra involuntária; o envio dos relatos do conflito ao parceiro “Daily Herald”, muitas vezes de forma clandestina, viria a custar-lhe uma breve passagem pela prisão por suspeita de espionagem. Em maio de 1940, Shercliff estava em Paris e testemunhou a ocupação da cidade pelos alemães, vindo a elaborar várias reportagens sobre a sua fuga para Londres e que eram, posteriormente, enviadas àquele jornal americano. Após quatro meses na capital inglesa, aceitaria o cargo de correspondente em Nova Iorque, tendo, para isso, viajado até Lisboa, onde a aquisição de uma passagem para a América se revelou difícil devido ao enorme afluxo de refugiados. Atraída pela cidade, decidiu ficar no país, existindo registos da sua passagem pela Quinta das Loureiras, em Cascais, até ao final da guerra e da atribuição de várias autorizações de residência. Passaria, então, a acompanhar atentamente as atividades de espionagem promovidas por ambos os lados em confronto na Segunda Guerra Mundial, tanto na capital como no concelho de Cascais, chegando mesmo a enviar mensagens codificadas ao serviço secreto britânico “Special Operations Executive” através dos meios de comunicação. Shercliff apoiaria, ainda, um grande número de refugiados de todas as nacionalidades que chegavam a Lisboa em fuga do conflito. Numa época em que a profissão de jornalista era exercida quase só por homens, viria a destacar-se pelo rigor, persistência e coragem com que elaborava as suas reportagens, tendo colaborado com variadíssimos jornais, revistas e agências de notícias, tais como a “Associated Press”, o “The Times”, a BBC e o “Anglo-Portuguese News”, propriedade de Luís Marques e Susan Lowndes Marques de quem era, aliás, muito amiga. Devido à sua visão crítica do Estado Novo, Shercliff era frequentemente abordada pela PIDE, ainda que nunca tenha sido convidada a abandonar o país. Quando se deu a Revolução dos Cravos, em 1974, cobriria amplamente os acontecimentos diários e subsequentes do movimento, vindo a criar amizade com vários líderes portugueses. Aposentar-se-ia em 1981, tendo falecido em 1985-02-21, no Hospital de Cascais, onde ainda recebeu a visita do primeiro-ministro, Mário Soares, e da artista plástica Paula Rego
Funções, Ocupações e Actividades:JornalistaRegras e/ou Convenções:ODA, ponto 14.B22. (3ª versão, 2011)Data de Criação:2023-03-21