Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Cebola Júnior, José Luís RodriguesTipo de Entidade:Pessoa SingularOutras Formas do Nome:Cebola, LuísHistória:José Luís Rodrigues Cebola Júnior foi um psiquiatra, diretor clínico da Casa de Saúde do Telhal e escritor português, nascido em Alcochete em 1876. Mais conhecido como Luís Cebola, estudou no Colégio Almeida Garrett, em Aldeia Galega (atual Montijo), onde completou os três primeiros anos do curso liceal, sendo depois transferido para o Liceu Nacional de Évora. De 1895 a 1900 realizou a preparação para os estudos médico-cirúrgicos na Escola Politécnica de Lisboa. Viria a cursar na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa de 1899 a 1906, tendo defendido neste ano a sua tese inaugural, “A Mentalidade dos Epiléticos”, sob a orientação do Professor Miguel Bombarda no Hospital de Rilhafoles. Luís Cebola foi nomeado diretor clínico da Casa de Saúde do Telhal, da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, em 1911-01-02, cargo que desempenhou até 1948. Enquanto diretor clínico parece ter sido responsável pela introdução e desenvolvimento da ergoterapia ou laborterapia, que visava a recuperação dos pacientes através do trabalho dirigido. E ainda, pela prática de uma psiquiatria social ou comunitária, i.e., uma terapêutica humanitária que visava incentivar a interação social entre pacientes, médicos, enfermeiros, irmãos e familiares, através da prática de ofícios e de atividades artísticas, lúdicas e desportivas. Inspirado pelas muitas viagens de estudo que fez pela Europa, pretendia que a Casa de Saúde do Telhal se transformasse numa instituição moderna, estando na vanguarda das terapêuticas e apostando no melhoramento da qualidade dos pavilhões e espaços exteriores. Por volta de 1925 fundou na Casa de Saúde do Telhal um museu ergoterápico ou “da loucura”, segundo as palavras do próprio Cebola, onde reuniu obras artísticas (esculturas, desenhos, pinturas, poemas, etc.) produzidas pelos seus pacientes. Cebola estimulou ainda, com o apoio dos Irmãos Hospitaleiros, a produção de periódicos manuscritos pelos pacientes nos quais estes relatavam eventos do quotidiano e publicavam os seus poemas, escritos e anedotas. Luís Cebola terá também proposto aos Irmãos de São João de Deus a criação de uma Escola de Enfermagem, que viria a ser fundada em 1936, ano em que iniciou um curso de psiquiatria que funcionava em paralelo às aulas de enfermagem geral, visando ensinar aos Irmãos os princípios modernos da assistência a alienados. Baseado na sua vasta experiência como médico alienista, escreveu seis obras científicas de natureza teórico-conceptual, deontológica e metodológica, das quais se destacam História de um Louco (1926), Psiquiatria Social (1931), Enfermagem de Alienados (1932), e Psiquiatria Clínica e Forense (1940). Publicou ainda ensaios e obras ficcionais inspiradas na minuciosa análise clínica dos doentes mentais internados na Casa de saúde do Telhal, e no seu convívio com os mesmos. Luís Cebola foi um fervoroso apoiante dos ideais republicanos. Quando ainda frequentava a Escola Politécnica, projetou e dirigiu uma revista social e literária - Alvorada (1897) - em conjunto com o colega Sesinando das Chagas Franco (fl. 1944). Esta revista tinha forte conteúdo político, estabelecendo duras críticas à monarquia e promovendo a república e o socialismo. De 1945 a 1953 escreveu vários artigos de opinião política no jornal República, que mais tarde compilou em dois volumes: Cartas a um Advogado Provinciano (1954) e Estado Novo e República (1955). Colaborou ainda no Diário de Notícias, e terá também publicado artigos na revista científica francesa, L´Encéphale. Outra grande paixão que o acompanhou desde cedo foi a poesia. Ao longo da sua vida deu à estampa seis compilações de poemas. A primeira, Canções da Vida, surgiu em 1905 e a última, Atrás do Sol, foi publicada em 1957. Faleceu em Lisboa em 1967Regras e/ou Convenções:ODA, ponto 14.A2. (3ª versão, 2011)Data de Criação:2008-04-14Notas de Manutenção:Rev. Paula Almeida