Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Comissão Municipal Republicana de CascaisTipo de Entidade:Pessoa ColectivaHistória:A Comissão Republicana de Cascais foi fundada na Parede, em 1908-01-13, por iniciativa do cortador Josué Augusto de Melo, do proprietário António Sacavém, dos barbeiros António Ferreira Baeta, António de Almeida e Emídio Francisco de Almeida, do caixeiro António Joaquim Novais Teixeira e do farmacêutico Artur Augusto Brandão, que então se reuniram num sótão do armazém de José João Dinis para eleger os seus dirigentes. A comissão passou a ser composta por António Sacavém, Emídio de Almeida, Artur Augusto Brandão, António Joaquim Novais Teixeira e pelo boticário Miguel Rodrigues dos Santos que, em conjunto com os elementos que os elegeram, puderam, desde então, afirmar-se como os republicanos «históricos» do concelho. Entretanto assistiu-se à formação de comissões paroquiais e ao aumento da propaganda republicana, que encontrou em S. Domingos de Rana, Alcabideche e Carcavelos os seus principais baluartes. As eleições de 1908-11-01 manteriam o regenerador Jaime Artur da Costa Pinto na presidência da Câmara Municipal, ainda que as votações para as juntas de paróquia, realizadas em 1908-11-2, tivessem dado vitória aos republicanos em todas as circunscrições exceto na de Cascais. Não obstante a progressão dos ideais republicanos ter sido pontualmente abalada pelo aprisionamento de alguns dos seus defensores, nomeadamente carbonários, a inauguração, em 1909-10-09, do Centro Escolar de Instrução Primária da Vila de Cascais, na Rua da Palmeira, a custas dos republicanos do concelho, constitui momento alto de uma campanha que também se soube fazer valer do ensino para recrutar novos apoiantes. Aos republicanos da Parede se ficou igualmente a dever a criação da escola da Comissão Municipal Republicana, em 1909 e da Escola 31 de Janeiro, em 1911. Em 1910-10-05, quando o iate Amélia zarpou de Cascais para conduzir o Infante D. Afonso até à Ericeira, onde a família real embarcaria com destino ao exílio, já a bandeira verde e rubra da República estava pronta para ser içada na Cidadela por D. Fernando Castelo Branco, que após esse ato resignou ao cargo de Administrador do Concelho. Seria sucedido por João José Dinis, destacado líder republicano da Parede, que se deslocou até à vila, acompanhado pelas bandas da Sociedade Musical União Paredense e da Sociedade União Capricho Carcavelense, a fim de proclamar o novo regime à janela dos Paços do Concelho, designando como seu secretário Emídio Francisco de Almeida, que já desempenhava as mesmas funções na Comissão Municipal Republicana. Em 1910-10-13 seria eleito um novo corpo de vereadores, composto por João José Dinis, Emídio Francisco, José Augusto do Nascimento, José Joaquim Ribeiro Rosado e Abeilard Raul Fragoso de Vasconcelos, que assumiria igualmente o cargo de Presidente. Ainda que o republicanismo saísse vitorioso e se instaurasse um novo regime político, tal não evitaria as inúmeras fraturas políticas internas, a frequente instabilidade e precariedade dos órgãos de gestão municipal e as constantes trocas de acusações, tantas vezes transmitidas através da imprensa da épocaData de Criação:2016-05-19