Plano de classificação

Comissão de Festas de Nossa Senhora do Cabo EspichelData de Produção Inicial:1950-11-29Data de Produção Final:1963-12-10Nível de Descrição:FundoNome do Produtor e História Administrativa/Biográfica:Nome do Produtor: Comissão de Festas de Nossa Senhora do Cabo EspichelHistória Administrativa: O culto a Nossa Senhora do Cabo, que constitui uma das mais antigas manifestações de religiosidade popular em Portugal, é já mencionado em carta régia de D. Pedro I, de 1366. Tendo por base o miraculoso achamento da imagem de Nossa Senhora, no espigão rochoso do Cabo Espichel, divulgar-se-ia rapidamente pela região saloia das margens do Tejo, razão pela qual, numa das versões da lenda, a descoberta é atribuída a dois anciãos, de Alcabideche e da Caparica. Perde-se no tempo a realização, em Portugal, de romarias cíclicas anuais a diversos santuários, com a participação de romeiros organizados por freguesias. Essas irmandades de romeiros transportavam uma tocha de cera - o círio - para oferecer à divindade, razão pela qual tomaram essa designação. Os “círios” constituem procissões de longo curso, revestindo frequentemente a forma de “giros” entre várias freguesias, geograficamente afastadas entre si. Nestes casos, cada freguesia organiza o culto anualmente e à vez, segundo uma ordem determinada pela tradição. Como atos coletivos, traduzem-se na deslocação de comunidades de fiéis ao santuário, capela ou igreja, ou, como é atualmente o caso dos "círios saloios" de Nossa Senhora do Cabo, na receção, por essa comunidade, da bandeira e da imagem. Contribuem, por isso, para o reforço dos sentimentos de vizinhança e da coesão social das comunidades, nomeadamente na proteção contra catástrofes naturais. Por esse motivo, e porque o perigo é ou foi coletivo, a promessa deverá ser paga pela comunidade como um todo ou por uma confraria em seu nome, ao longo de sucessivas gerações de romeiros. No dealbar do século XV estava já edificada, ou reedificada, junto ao Cabo Espichel, a pequena capela de Santa Maria do Cabo ou Santa Maria da Pedra de Mua, atualmente conhecida por Ermida da Memória, até onde convergiam grandes romarias. Na verdade, em 1430, trinta paróquias da zona saloia - dos atuais concelhos de Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras e Sintra - combinaram organizar-se entre si, instituindo um "giro", em que cada uma prestasse, anualmente e à vez, culto ao santuário do Cabo Espichel. No início do século XVIII retiraram-se paróquias, pelo que o “giro saloio” é, desde então, constituído por apenas 26, entre as quais Alcabideche, Cascais e S. Domingos de Rana. Após um breve interregno registado entre 1910 e 1926, as romarias populares em honra de Nossa Senhora do Cabo foram retomadas, tendo prosseguido até hoje, num ambiente de festa que justifica a organização dos devotos em comissões, de que a Comissão de Festas de Nossa Senhora do Cabo Espichel constitui exemploHistória Custodial e Arquivística:O fundo foi depositado pela Junta de Freguesia de Alcabideche, na sequência de contrato estabelecido com a Câmara Municipal de Cascais, através do AHMCSC, ao abrigo do Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse Municipal (PRADIM)Âmbito e Conteúdo:A documentação reflete a atividade da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Cabo Espichel no domínio das funções definidas. O fundo é constituído por 26 documentos: Licenças (1960-1961); Programas (1958-1960); Minutas de atas de reuniões (1959-1960); Relação de correspondência recebida e expedida (1960); Orçamento (1960); Documentos de receita (1960-1963); Folhas de vencimento (1960); Registo de despesa (1960); Documentos de despesa (1950-1963); Pedidos de donativos (1960-1961); Registo de donativos (1960-1961); Talões de donativos (1960); Lista de distribuição de livros de donativos (1960); Registo de apostas para sorteio (1960); Atribuição de medalhas aos festeiros e mordomas (1960); Segurança e transportes (1960); Eletricidade (1960); Decorações (1957-1960); Instalação sonora (1960); Barracas de feirantes (1960); Fogo-de-artifício (1960); Bandas de música (1956-1960); Grupo de "Zés Pereiras" (1954-1960); Teatro (1960) e Divulgação (1960)Estatuto Legal:Documentação PrivadaNotas:Cota do fundo: E7. Por questões de preservação alguns livros foram acondicionados em pastas. O fundo encontra-se acondicionado em 2 cx.Data(s) da(s) Descrição(ões):2011-12-23Código de Referência:PT/CMCSC-AHMCSC/AECL/CFSC