Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Clarac, Annemarie SchwarzenbachTipo de Entidade:Pessoa SingularOutras Formas do Nome:Schwarzenbach, AnnemarieHistória:Naturalidade: Bocken, Zurique (Suiça). Nacionalidade: francesa
Escritora, jornalista e fotógrafa suíça, nascida em Zurique, Annemarie Schwarzenbach licenciou-se e doutorou-se em História na Universidade de Zurique, tendo passado, também, pela Sorbonne (França). Desde muito cedo que se interessou pela escrita ficcional, pelo jornalismo e pelos relatos de viagens, vindo a publicar vários romances e centenas de reportagens de viagens, maioritariamente em língua alemã. Em 1930 conheceu Erika e Klaus Mann, filhos de Thomas Mann, de quem se manteve próxima até ao fim da vida e que exerceram uma influência profunda no seu percurso pessoal e profissional, iniciado no ano seguinte com a publicação do romance “Um Bernhard Freunde”. Tendo passado a vida passada a viajar, iniciou os seus percursos em 1933 com uma viagem aos Pirenéus e no ano seguinte visitaria Moscovo (Rússia), acompanhada de Klaus Mann, e o Próximo e Médio Oriente, onde regressou em 1935, conhecendo na Pérsia o diplomata francês Claude Clarac, com quem viria a casar. Entre 1936 e 1939 viajou pelos EUA e pela Europa, elaborando reportagens bastante críticas sobre a realidade social e política dos diferentes países e documentando fotograficamente a ascensão do Fascismo. Considerada por muitos uma espia, ainda que tenha participado no apoio aos refugiados europeus nos EUA, retorna à Europa em 1941, passando por Portugal, com destino a África; a bordo do navio que a levaria ao então Congo Belga escreveu alguns artigos sobre São Tomé e sobre o Funchal (Madeira, Portugal). No ano seguinte conheceu em Lisboa a jornalista alemã Margret Boveri, correspondente do jornal “Frankfurter Zeitung” e uma das mais conhecidas jornalistas do pós-guerra, e escreveu uma série de artigos sobre o Portugal, alguns dos quais viriam a ser publicados na Suíça. De facto, era sua intenção tornar-se correspondente em Lisboa do jornal helvético “Nené Zúrcher Zeitung”, aproveitando a relação já construída com Lisboa e com o país. Schwarzenbach viria a desenvolver uma visão do sistema político português que facilmente se podia confundir com simpatia, como o manifesta o seu artigo de cariz laudatório sobre a Mocidade Portuguesa; no entanto, as barreiras linguísticas e o pouco tempo passado no país facilitaram um posicionamento que era, praticamente, uma reprodução do discurso oficial em vigor. Na sua perspetiva, o antinazismo não era incompatível com o louvor ao Salazarismo, e a sua debilidade emocional e psicológica acabaria por proporcionar uma visão filtrada de um Portugal cristão, pacífico, sereno e distanciado dos conflitos mundiais. Ao anular a sua inconfundível abordagem crítica, encontraria no país o paraíso que sempre desejou. Em 1942-09-07 teve um acidente de bicicleta que se revelaria fatal. Após a sua morte, a 15 de novembro, o seu espólio literário e fotográfico, no qual se inclui mais de 100 fotografias tiradas em Lisboa, foi guardado nos Arquivos Literários Suíços, em Berna
Regras e/ou Convenções:ODA, ponto 14.A2. (3ª versão, 2011)Data de Criação:2010-12-13Notas de Manutenção:Revisto e enriquecido por Paula Almeida