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Coleção César Guilherme Cardoso
Data de Produção Inicial:
1951
Data de Produção Final:
2005
Nível de Descrição:
Colecção
Quantidade de Unidades de Instalação:
Quantidade:
132
Tipo:
Cx.
Nome do Produtor e História Administrativa/Biográfica:
Nome do Produtor:
Cardoso, César Guilherme
História Administrativa:
César Guilherme Cardoso nasceu na freguesia de S. Mamede, em Évora, em 1920-09-01, sendo, então, apenas registado como César Guilherme, pelo facto de o pai não o perfilhar, razão pela qual, quando atingiu a maioridade, solicitou a associação do apelido da família da mãe, Perpétua do Rosário. Em 1928 seguiu para Lisboa, pela primeira vez, passando a habitar com uma ama na Rua do Benformoso. Com 12 anos já trabalhava como mandarete num dos hotéis da capital. Não obstante, voltaria por várias vezes ao Alentejo: à Azaruja, onde residia a sua avó materna, Maria da Conceição Raposo; ou a Évora, para a casa da sua tia, Maria do Rosário Cardoso, que morava na Rua de Santa Maria, em Évora, onde tomaria contacto com as reportagens fotográficas da «Ilustração Portuguesa», que muito o influenciaram. Com 17 anos instalou-se definitivamente na Amoreira, passando a trabalhar no Hotel Paris e posteriormente no Hotel Palácio, no Estoril. Não obstante, em 1939 seria forçado a procurar trabalho na construção da Estrada Marginal e nas pedreiras de Abóboda. Mercê da sua ligação ao Hotel Palácio foi um dos primeiros sócios do Grupo Desportivo Estoril Praia, cuja direção viria a integrar nas décadas de 1960 e 1970. Em 1941 assentou praça no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1, em Évora, especializando-se enquanto apontador de peças e vindo, depois, a ser enviado para as Lages, onde assistiu à construção da pista de aviação, até ao regresso à metrópole, em 1944. Foi em Angra do Heroísmo que comprou, a prestações, a sua primeira máquina fotográfica, na loja dos Farinhas, aprendendo a fotografar sozinho. Os retratos que tirava aos seus camaradas militares permitir-lhe-iam reaver o dinheiro que investira no equipamento. A sua primeira reportagem fotográfica oficial ocorreria em 1942-01, por ocasião da visita do Governador do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, António Francisco de Sales de Guimarães Pestana da Silva, ao 1.º Regimento Expedicionário, em Nasce Água. Nesse mesmo ano, na sequência de operação cirúrgica, no Hospital Militar de Ponta Delgada, passaria o mês de Agosto no Estoril. Vários jornais regionais editaram, então, pequenos artigos de sua autoria: «As nossas saudades», no «Notícias de Évora», de 1942-01-19; «Sentinela expedicionária», n’«A União», de Angra do Heroísmo, em 1942-01-22; «A história de todos», n’«A Pátria», de Angra do Heroísmo, em 1942-03-24; «Carta de um soldado expedicionário», no «Notícias de Évora», em 1942-04; «Carta de um expedicionário às mães portuguesas», no "Notícias de Évora", em 1942-05-12 (única ocasião que se assina como César Guilherme Cardoso Correia); «Enfermeiras de Guerra» e «Agradecendo a tua imagem a alguém (Cascais)», n’"O Sapador", de Angra do Heroísmo, em 1942-10; e «A uma desconhecida (Carmen)», n’"O Sapador", de Angra do Heroísmo. Terminado o serviço militar, casaria, em 1942-11-16, com a sua prima, Emília do Rosário Pereira, no Registo Civil de Évora, e depois, na igreja de Santo António do Estoril, tendo por padrinhos os Marqueses de Pombal (mãe e filho). No ano seguinte nasceu a primeira filha do casal, que faleceria com meningite aos nove meses de idade. A família residia, então, na Amoreira, nas águas furtadas de um prédio na Rua Carlos Anjos, onde César Guilherme Cardoso improvisou um pequeno estúdio fotográfico, para, apesar de nunca ter entrado num laboratório fotográfico, ensaiar a impressão das suas imagens, de forma a dilatar o orçamento familiar, visto que o ordenado de empregado de mesa era muito variável. Em 1951 voltou a ser operado ao estômago no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, tornando-se, então, membro da irmandade. No ano seguinte, após o nascimento do terceiro filho, mudou-se para uma outra casa na mesma rua, até que em 1954 passasse definitivamente para uma vivenda na Rua Particular, frente à casa onde vivera os primeiros anos de casado. Nesta nova habitação montaria um estúdio fotográfico e um laboratório de câmara escura no sótão. No verão, entre as 11 e as 14 horas deslocava-se pelas praias do Estoril e Monte Estoril, para fotografar os veraneantes, dedicando-se, aos fins de semana, à realização de reportagens fotográficas de atividades desportivas, casamentos, batizados, festas, atos solenes e bailes. Durante anos fotografou Cascais e Estoril, editando, também, bilhetes-postais ilustrados. Em 1959-02-05 começou a colaborar como repórter fotográfico no "Mundo Desportivo" e, em 1962-08 n’"A Nossa Terra". Em 1963, a sua carteira de clientes - entre os quais se destacavam os condes de Barcelona, Humberto II de Itália e sua irmã, Joana de Saboia ou a rainha da Bulgária - permitir-lhe-ia finalmente abandonar o seu emprego na indústria hoteleira. Em 1964 tornar-se-ia num dos acionistas fundadores do "Jornal da Costa do Sol", passando, desde então, a dedicar grande parte do seu tempo a registar fotograficamente Cascais e Oeiras, acerca dos quais escreveu, também, pequenas notas. Forneceu, ainda, muitas das imagens que ilustraram as páginas da imprensa local, nomeadamente "O Pódio", "A Zona" e o "Correio da Linha". Em 1971 tomou de trespasse a loja do fotógrafo Leonel Lourenço, na Avenida Valbom, fixando-se, de vez, em Cascais, como industrial de fotografia. De entre as reportagens fotográficas que promoveu, destacar-se-iam o registo de todas as casas das antigas ruas de Cascais, em 1973, ou das cheias de 1983-11-19. Em 1996-07-07 receberia a medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais. Faleceu em 2005-05-13
História Custodial e Arquivística:
No exercício da sua atividade, César Guilherme Cardoso fixou em fotografia mais de sessenta anos da história de Cascais, reunindo uma valiosa coleção que, na sequência do seu falecimento, em 2005, seria adquirida pela Câmara Municipal de Cascais, para enriquecimento das fontes iconográficas preservadas e disponibilizadas pelo AHMCSC
Âmbito e Conteúdo:
A documentação compõe-se de negativos em poliéster que retratam o concelho do final do século XIX ao início do século XXI, uma vez que para além das fotografias produzidas por César Guilherme Cardoso, a coleção conserva reproduções de trabalhos de outros fotógrafos. A coleção encontra-se em tratamento, não dispondo de quadro de classificação definitivo
Tradição documental:
Original
Sistema de Organização:
Critério Numérico
Condições de Acesso:
Restrições: Cf. Decreto-Lei 16/93 de 23 de janeiro, Art.º 17.º, n.ºs 2 e 3. Diário da República, I Série A. 19 (1993-01-23) 264-270. Regime geral de arquivos e do património arquivístico
Condições de Reprodução:
Constantes no regulamento interno (art. 17.º)
Notas:
Cota do fundo: G3. A coleção encontra-se, por ora, acondicionada em 132 cx. Datas de Produção Inicial e Final aproximadas
Código de Referência:
PT/CMCSC-AHMCSC/AFTG/CCGC
Registos adjacentes
CAM - Coleção Antiga do Município
CAP - Coleção António Passaporte
CFCB - Coleção Família Castelo Branco
CSAG - Coleção Sérgio Álvares da Guerra
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