Plano de classificação

Forma Autorizada do Nome:Janeira, Armando MartinsTipo de Entidade:Pessoa SingularHistória:Virgílio Armando Martins, filho de Elvira Janeiro e de José Júlio Martins, nasceu em Felgueiras, Trás-os-Montes, em 1914-09-01, vindo a concluir a licenciatura em Direito na Universidade de Lisboa com 22 anos. Nos dois anos que se seguiram, lecionou no Colégio Campos Monteiro de Torre de Moncorvo, enquanto estagiava na Conservatória do Registo Predial da vila. O seu desejo de conhecer o mundo conduzi-lo-ia, em 1939, a optar pela vida diplomática. Iniciou a sua carreira como cônsul de 1943 a 1949, em Léopoldville, antigo Congo Belga; em Liverpool e em Sidney, sendo, depois, nomeado Embaixador de Portugal nas grandes capitais europeias e asiáticas, de 1952 a 1979. No Japão, Armando Martins Janeira exerceu funções diplomáticas em dois períodos: como Primeiro Secretário de Legação de Tóquio, de 1952 a 1955; e como Embaixador de Portugal em Tóquio, de 1964 a 1971. Aí recolheu uma experiência imensa sobre o Oriente. Participou em congressos de orientalistas em Quioto, Oxford, Paris, Milão, Florença e Nice. Proferiu conferências nas universidades de Oxford, Cambridge, Londres, Viena, Tóquio, Quioto, Pequim, Nanquim, Nova Deli, Singapura, Vietname, Catmandu, Coimbra, Évora e Lisboa. Publicou as suas primeiras obras sob o pseudónimo Mar Talegre. Em 1949 passou a assiná-los com o seu nome, Armando Martins, ao qual decide acrescentar o nome de sua mãe, em 1955. Não obstante, o apelido Janeiro seria mais tarde alterado pelos japoneses para Janeira, forma que o autor decidiria adotar definitivamente. Além das mais de vinte obras que publicou, escreveu vários artigos para jornais e revistas. Aos 45 anos, Armando Martins Janeira casou com Ingrid Bloser, uma jovem alemã de Hanôver que se revelaria a sua mais apaixonada admiradora. Após a aposentação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em 1980, abraçou a vida académica, lecionando História e Cultura das Civilizações Orientais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde criou o Instituto de Estudos Orientais - atual Instituto Oriental - e a Associação de Amizade Portugal-Japão, mercê da profunda atração pelo Japão. No Estoril, onde vivera no tempo que mediava as suas transferências de um posto para outro, enquanto diplomata, fixou residência depois de aposentado, aí vindo a falecer em 1988-07-19. Produziu uma vasta obra literária comparativa das literaturas ocidental e oriental, ainda hoje referência para os estudiosos das civilizações orientais, elaborando, igualmente, um rigoroso estudo sobre Wenceslau de Morais e escrevendo numerosas peças. Durante diversos anos manteve uma coluna regular no "Jornal do Comércio" e no "Diário de Notícias", colaborando, também, com outros jornais e revistas nacionais e estrangeiros. Publicou, sob pseudónimo ou em versão do seu nome, Mar Talegre, "Três poetas europeus: Camões, Bocage, Pessoa" (Lisboa: Livraria Sá da Costa - Editora, 1947); Mar Talegre, "Sentidos fundamentais do romance português" (Porto: Livraria Simões Lopes - Editora, 1948), Mar Talegre, "Esta dor de ser homem: Contos" (Porto: Tipografia Domingos de Oliveira, 1948. 2.ª ed., póstuma, com correções do autor: [s.l.]: Comissão de Festas de Felgueiras, no Centenário de Torre de Moncorvo, 2004); Armando Martins, "O teatro moderno" (Porto: Livraria Simões Lopes - Editora, 1952); Armando Martins Janeiro, "Nô: Teatro lírico japonês" (Tóquio: Livraria Maruzen: 1954, que inclui a versão japonesa das peças); Armando Martins, "Portugal e o Japão: Subsídios para a história diplomática" (Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1955), Armando Martins Janeiro, "Caminhos da terra florida: A gente, a paisagem, a arte japonesa" (Porto: Manuel Barreira - Editor, 1956); Armando Martins Janeiro, "O jardim do encanto perdido: Aventura maravilhosa de Wenceslau de Moraes no Japão" (Porto, Manuel Barreira - Editor, 1956. Foi traduzida para japonês em versão resumida: "Yoake no Shirabe" - "Em Busca da Madrugada" - a que se juntaram os estudos "Lafcadio Hearn e Wenceslau de Moraes: Dois intérpretes do Japão" e "Bases ocidentais e orientais para um humanismo universal", com tradução de Minako Nonoyama: [s.l.]: Katsura Shobo, 1969); Armando Martins Janeiro, "Linda Inês: Tragédia" (Lisboa: Publicações Europa-América, 1957. Nova versão, 2005); Armando Martins Janeiro, "Peregrino" (Lisboa: Livraria Portugal, 1962. 2.ª ed., póstuma, com prefácio de Paula Mateus. [s.l.]: Pássaro de Fogo Editora, 2008); Armando Martins Janeiro, "Um intérprete português do Japão: Wenceslau de Moraes" (Macau: Imprensa Nacional - Instituto Luís de Camões, 1966. Traduzido para inglês: "A portuguese interpreter of Japan: Wenceslau de Moraes", com tradução de Kazuo Okamoto: Tokushima: Ken Kyoiku Insatu Co. Ltd., 1985); Armando Martins Janeiro, "A grande feira do mundo: Auto" (Lisboa: Edições Ática, 1967); Armando Martins Janeiro, "O teatro de Gil Vicente e o teatro clássico japonês" (Lisboa: Portugália Editora, 1967); Armando Martins Janeira, "The epic and the tragic sense of life in japanese literature" (Tóquio: Charles E. Tuttle Company, Inc., 1969); Armando Martins Janeira, "Japanese and western literature: A comparative study" (Tóquio: Charles E. Tuttle Company, Inc., 1970. Traduzido para japonês: "Nihonbungaku to Seiyôbungaku" Tóquio: Shueisha, 1974); Armando Martins Janeira, "O impacto português sobre a civilização japonesa" (Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1970. 2.ª ed., póstuma, com revisão do autor e prefácio de Pedro Canavarro: Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1988. Tradução para japonês, por Takiko Matsuo: "Namban Bunka Noraiki": [s.l.]: The Simul Press, Inc., 1971); "Wenceslau de Moraes: Antologias universais", seleção de textos e introdução de Armando Martins Janeira (Lisboa: Portugália Editora, 1971. 2.ª ed., póstuma, com prefácio de Daniel Pires: Lisboa: Vega, 1993); Armando Martins Janeira, "Figuras de silêncio: A tradição cultural portuguesa no Japão de hoje" (Prefácio de Shusaku Endo: Lisboa: Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1981); Armando Martins Janeira, "Japão: A construção de um país moderno" (Lisboa: Editorial Inquérito, 1985); Armando Martins Janeira, "Linda Inês ou O grande desvairo" (Prefácio de Maria Leonor Machado de Sousa: Lisboa: Pássaro de Fogo Editora, 2005). No campo do Direito editou, enquanto Armando Martins, "Comentário ao Regulamento Consular Português do Notariado Consular: Capítulo VIII do Regulamento" (Lisboa: Procural Editora, 1946); "Correntes atuais do pensamento colonial" (Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1948); "Regulamento consular português: Atualizado e anotado: I" (Porto: Livraria Simões Lopes de Manuel Barreira, 1949); "Regulamento consular português: Atualizado e anotado: II" (Porto: Livraria Simões Lopes de Manuel Barreira, 1952); "Regulamento consular português: Atualizado e anotado: III" (Porto: Livraria Simões Lopes, 1954); "Direito consular internacional" (Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1961). Destacam-se, ainda, outros textos: Armando Martins Janeira, "O meu Camões" (Estudo apresentado numa conferência à comunidade portuguesa, em 1949-06-09, na Embaixada de Portugal em Londres); Armando Martins Janeiro, "O teatro vicentino e o teatro clássico japonês" (Separata de "Ocidente", Lisboa, vol. 71, 1966); Armando Martins, "O teatro de Gil Vicente e o teatro clássico japonês" (Texto resumido, Separata do "Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa", 1966-07/09); Armando Martins Janeiro, "Lafcadio Hearn and Wenceslau de Moraes: Two interpreters of Japan" (Separata de "France-Asie/Asia", n.º 187, 1966-outono); Armando Martins, "The japanese classic theatre and the theatre of Gil Vicente" (s.l.: Comparative Literature Society of Japan, 1966); Armando Martins, "The japanese classic theatre and the theatre of Gil Vicente: Continuation", (s.l.: Comparative Literature Society of Japan, 1967); Armando Martins Janeiro, "Teatro clássico japonês e teatro ocidental, particularmente o vicentino" ("Colóquio: Revista de Artes e Letras", Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, n.º 43, 1967-04); Armando Martins, "Wenceslau de Moraes redescoberto" ("Ocidente", Lisboa, vol. 77, n.º 375, 1969-07); Armando Martins, "Wenceslau de Moraes" (Separata de "Studia", Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, n.º 27-28, 1969-08/12; Armando Martins Janeira, "A obra portuguesa no Japão" (Separata de "Ocidente", Lisboa, vol. 78, 1970); Armando Martins Janeira, "O impacto português sobre a civilização japonesa" (Conferência proferida no Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa em 1970-03-12: Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa, Biblioteca de Altos Estudos, n.º 101, 1970); Armando Martins Janeira, "Universalism and Eastern and Western Great Literary Creations", ("Bulletin", Tóquio: The International House of Japan Inc., n.º 27, 1971-04); Armando Martins Janeira, "Camões na Literatura Mundial: Conferência proferida na Universidade Nacional de Tóquio em 1970" (Separata de "Garcia de Orta: Revista da Junta de Investigação do Ultramar", n.º especial comemorativo do IV Centenário da publicação de "Os Lusíadas", Lisboa, 1972); Armando Martins Janeira, "Algumas considerações a propósito de Wenceslau de Moraes" ("Anais do Clube Militar Naval", Lisboa, tomos 4-6, vol. 102, 1972-04/06); Armando Martins Janeira, "A life of simplicity: Wenceslau de Moraes" ("PHP: a Forum for a Better World - Special theme: Talking it Over", Tóquio: PHP Institute Inc., n.º 21, 1972-06); Armando Martins, "A China a caminho do futuro" (Separata de "Studia", Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, n.º 36, 1973-07); Armando Martins Janeira, "L’Oriente ne «I Lusiadi»" (Separata dos fascículos 1-2 de "Rendiconti della Classe di Scienze Morali, Storiche e Filologiche", Roma: Accademia Nazionale dei Lincei, série VIII, vol. 31, 1976-1977; Armando Martins Janeira, "Zen nella poesia di Pessoa" (Separata da revista "Quaderni Portoghesi", Pisa: Giardini Editori e Stampatori, n.º 1, 1977-primavera; Armando Martins Janeira, "O Oriente n’«Os Lusíadas»" (Separata de "Arquivos do Centro Cultural Português", Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, XIV, 1977; Armando Martins Janeira, "The first western contacts with the japanese civilization" ("Bulletin 88", Londres: The Japan Society of London, n.º 32, vol. 4, 1979-07; Armando Martins Janeira, "Um rebelde à civilização ocidental: Wenceslau de Moraes" (Separata de "Arquivos do Centro Cultural Português", Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979); Armando Martins Janeira, "Modernisation des pays africains et asiatiques" (Separata de "Arquivos do Centro Cultural Português", Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982; Wenceslau de Moraes, "Oyoné and Koharu: Essays of a portuguese recluse lived in Japan" (Tradução de Kazuo Okamoto, prefácio de Armando Martins Janeira: [Japão]: Kyoiku Shuppan Center Ltd., 1982); Armando Martins Janeira, "O Oriente e o futuro de Portugal" (Catálogo da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura - Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento, Lisboa: Montepio Geral, 1984-09); Armando Martins Janeira, "O encontro entre o Oriente e o Ocidente" ("Fórum", número especial publicado no âmbito da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura - Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento, Conselho da Europa, 1984); Armando Martins Janeira, "Zen na poesia de Fernando Pessoa" ("Nova Renascença", Porto, 1986-07/12); Armando Martins Janeira, "How christianity, originally an eastern religion, became a source of western civilization" ("Journal of the Eastern Institute", [Japão], n.º 7, 1991); Armando Martins Janeira, "Islamic particular features of humanism" ("Journal of the Eastern Institute", [Japão], n.º 8, 1992).Data de Criação:2008-11-06